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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Só em 6 Países maioria de Líderes são mulheres


As mulheres são maioria à frente de cargos importantes em apenas seis países do mundo, de acordo com dados do RDH (Relatório de Desenvolvimento Humano) 2009, do PNUD. Nos outros 114 – de um total de 120, para os quais existem dados disponíveis – os homens são mais de 50% dos legisladores, gerentes e funcionários públicos de alto escalão.

Os seis países em que elas são maioria nos cargos mais altos não são as maiores economias mundiais e nem as nações mais desenvolvidas. São eles: Jamaica, Filipinas, Dominica, Santa Lúcia, Lesoto e Fiji. Na Jamaica, as mulheres são 59% dos líderes; nas Filipinas, 58%; em Dominica, 57%; em Santa Lúcia e em Lesoto, 52%; e, em Fiji, 51%. No índice jamaicano, porém, o dado foi somado ao número de mulheres em profissões técnicas, o que distorce um pouco o índice.

Dentre os países ricos, apenas nos Estados Unidos há uma maior igualdade de gênero na distribuição dos cargos de poder: 42% deles estão com as mulheres. Na Islândia, país de maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), apenas 29% dos líderes são mulheres.

“Isso mostra que a igualdade de gênero, assim como a racial, não é consequência do desenvolvimento econômico como por muito tempo se falou”, diz Teresa Sacchet, pesquisadora de ciência política da USP (Universidade de São Paulo). Mesmo nos países em que os homens são maioria, mas as mulheres compõem pelo menos 40% dos altos cargos, predominam nações pequenas da América Central. O Brasil tem 35% dos altos cargos nas mãos delas.

Para a pesquisadora, apenas conjunturas históricas mais específicas – como a 2º Guerra Mundial, quando as mulheres tiveram que substituir os homens no mercado de trabalho – ou medidas afirmativas por parte dos governos podem explicar o porquê de elas serem maioria nos altos cargos dos seis países.

“A mudança cultural pode ser promovida por meio de mudanças institucionais”, argumenta. Para ela, soluções como fortalecer cotas para mulheres em partidos políticos e até mesmo dar incentivo fiscal para empresas que ofereçam cotas de gênero podem estimular mudanças de pensamento.

Júnia Puglia, vice-diretora do UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) no Brasil e Cone Sul também defende a política de cotas para mulheres, assim como para negros. “Não é o ideal, mas é o que nós temos”, diz. “Se fosse oferecido acesso igual à educação de qualidade em todos os níveis e igual acesso ao mercado de trabalho, isso abriria portas para uma representação de poder igualitária”, defende.

“Não há razão para que os parlamentos e as posições de poder não reflitam a composição da população do país, pois isso seria justiça”, afirma Júnia. “O que se quer é paridade”, reforça Teresa, “na política, espera-se que ela seja paritária, não há sentido o Congresso Brasileiro ter apenas 8,9% de mulheres”.

Fonte: Pnud

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